por

Dell Xavier.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Duo segunda.

... nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


                              Odeio quando ela está assim. Deprimida, inconstante, chata e sem batom.

domingo, 8 de maio de 2011

Pesar

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. É a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.




.Lispector

Por ter de recomeçar

Pra não ter de recomeçar, 


Mas não coube somente a mim continuar, e eu não suporto isso. Como dirias, sou fraca, corro mesmo. Não aguento.


Eu sei, mas eu tentei.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

... always


Tem sido chuvoso desde que você me deixou
Agora estou me afogando no dilúvio
Você sabe que sempre fui um lutador
Mas sem você, eu desisto

Eu não posso cantar uma canção de amor
Gosto do jeito que está destinado a ser
Bem, acho que não sou mais tão bom
Mas querida, sou apenas eu

E eu te amarei, querida, sempre
E eu estarei lá para sempre e um dia, sempre
Eu estarei lá até as estrelas não brilharem
Até os céus explodirem e as palavras não rimarem
E sei que quando eu morrer, você vai estar na minha mente
E eu te amo, sempre

Agora as fotos que você deixou para trás
São apenas lembranças de uma vida diferente
Algumas que nos fizeram rir
Algumas que nos fizeram chorar
Uma que fez você ter de dizer adeus

O que eu não daria para correr meus dedos por seu cabelo
Para tocar seus lábios, para mantê-lo perto
Quando você dizer suas preces, tente entender
Eu cometi erros, sou apenas um homem

Quando ele abraçar você
Quando ele a puxa para perto
Quando ele disser as palavras
Você precisa ouvir
Queria ser ele porque aquelas palavras são minhas
Para dizer a você até o fim dos tempos e

Se você me dissesse para chorar por você, eu poderia
Se você me dissesse para morrer por você, eu iria
Dê uma olhada na minha cara
Não há preço que eu não pagarei
Para dizer estas palavras a você

Bem não há sorte neste dados carregados
Mas querida, se você me der apenas mais uma tentativa
Nós podemos refazer nossos antigos sonhos e nossas antigas vidas
Nós vamos encontrar um lugar onde o sol ainda brilha

sempre...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Espera.

Sentir seu peso me acalma. Descendo pelo meu pescoço, acompanhando qualquer decote, lá está. Sinto sua ternura, uma fraqueza em meu corpo, e então o beijo. Como sinal de respeito, como sinal de apego, como sinal de medo, imploro por sinais.


Ele veio de longe pra mim. Algum lugar do Recife guardava o que um dia seria meu e que me traria um conforto divino. Eu o amo e ele vive pendurado no meu pescoço. Não consigo ficar sem ele porque me faz uma falta que nada, nem ninguém, pode suprir.


A primeira vez que o vi, que ele esteve em mim, foi um dos momentos mais inesquecíveis que vivi, e sei que o guardarei pra sempre na lembrança. Não sei se ele é meu ou eu sou dele. Mas juntos somos um só.

O que Deus risca, o homem não rabisca
Meu escapulário é uma emoção exterior.

domingo, 24 de abril de 2011

da alma

... e vc disse que eram cor de mel. E são! Eu sei, são lindos. E eu quero que eles me vejam novamente um dia.

Lê Cecília Meirelles enquanto espera a páscoa

“Tu tens um medo. Acabar. Não vês que acabas todo dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno...”

sexta-feira, 22 de abril de 2011

domingo, 17 de abril de 2011

Parte minha

Com o passar do tempo, você tem de suportar o peso das decisões que tomou. E se optou por abandonar pesos, agora você começa a perceber que eles voltam, psicologicamente, a te atormentar. E agora, eles pesam bem mais que quando você os deixou porque achou que não poderia suportar o fado.
E a cada dia que passa, suas decisões não vão lhe deixando mais livre, e talvez esse seja o real sentido delas, não deixar mais livre, mostrar-nos que quando se escolhe algo, sempre outro (algo) fica desprezado. O que supõe que você ficou com que escolheu, porque ela aquilo que precisava ou queria naquele determinado momento, mas perdeu uma peça, o algo, que talvez fosse também muito importante.
E talvez não agora, mas um dia certamente você poderá precisar daquela peça pra montar seu quebra-cabeça. Porque podem haver milhares de outras peças por aí, vagando, mas nenhuma é igual aquela. Nenhuma dessas outras se encaixa no seu joguinho, e se se encaixar, não combina, e se combinar, não tem aquele jeito que aquela sua peça tinha, e mesmo se tiver, não é ela. Não é Aquela peça.
E vai ser árduo recuperá-la, pode ter certeza disso.

E então você verá, talvez, como eu, que sem perceber, optou por se desvencilhar não de uma peça qualquer, mas de um pedaço seu.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

How?

I'm asking for your help, I am going through hell
Afraid nothing can save me but the sound of your voice
You cut out all the noise
And now that I can see mistakes so clearly now
I'd kill if I could take you back
But how, but how...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eu preciso do(ar) amor!

Um dia normal como todos os outros. Não. Um dia diferente, um dia ótimo. Mas aquela sensação de que falta alguma coisa está me enlouquecendo todos os dias e a cada dia mais. Como diria Ná Ozzeti: "mas que falta alguma coisa, falta."
Pensamentos sem nexo, cadê meus amplexos? Não estou ficando louca. Esta beira eu já beiro há um tempo.
Falta alguma coisa. Procurei na faculdade, nada. No almoço, nada. No trabalho, nada. Na volta para casa, e nada ainda.
Então, eis que uma carta de tarot conseguiu revelar o que meu coração não conseguiu expressar durante todo o dia. Antes, durante e depois.
O arrependimento.
O desnecessário.
O necessário.
O que é? O que há?
Eu preciso do(ar) amor.
Eu preciso dizê-lo. A qualquer um que seja, que eu queira. Sem amarras.
Espontâneo.
Free.


"And I believe in yesterday..."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

Você decide. Ou não?

Por sentir a presença insuportável da indecisão, do ter que escolher, de ter que saber o que é melhor para si.

Quando pequena, não precisava escolher. Minha mãe, mais experiente, paciente e sábia fazia isso sem o menor esforço. Quase que naturalmente.
Escolhia em que escola eu iria estudar, que roupa iria vestir, que champu iria usar, o que eu iria comer... mas de repente você cresce, e é chegada a hora de tomar suas próprias decisões, fazer suas próprias escolhas.
E então vem a vontade de ser criança novamente, de ficar isento das consequencias de suas escolhas. Porque é pra isso que queremos voltar à infância: para não ter que decidir, e assim ser mais feliz, mais leve, mais pluma, mais sol, mais chuva, mais doce, mas nós.
Ter que aceitar o já decidido e ficar de birra por não poder contrariá-lo, porque alguém que sabe mais (e sempre há alguém que sabe muito mais) disse que isso é para o nosso bem.

Nesta instância, de suplicar que decidam por mim. De não suportar mais o peso das minhas escolhas inconsequentes, insensatas. As piores pra mim...


Por ele, pra mim.

. oh, musa do meu fado,
amo tanto e de tanto amar,
todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar,
pode ser a gota d'água.
então se fez tão bonita como há muito tempo não queria ousar,
e eu dou risada do grande amor,
te perdôo que choras quando eu choro de rir,
tira as mãos de mim, põe as mãos em mim.
deixe a menina sambar em paz,
tô me guardando pra quandro o carnaval chegar,
quero ficar no teu corpo feito tatuagem,
não existe pecado do lado de baixo do equador.
estava á toa na vida,
então, com acúcar, com afeto, fiz o seu doce predileto,
ouça um bom conselho que eu vou lhe dar de graça:
não chores ainda não, que eu tenho uma razão pra você não chorar, amiga, me perdoa, se eu insisto á toa, mas a vida é boa pra quem sabe cantar,
e mesmo com toda a fama, com toda a Brahma, a gente vai levando, a gente vai levando essa chama.
oh pedaço de mim, oh metade adorada de mim,
mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar,
você vai me velar, chorar, vai me cobrir e me ninar, menina!

EU TE AMO!

;D



Babs, você sempre estará nas minhas melhores recordações.

sábado, 9 de abril de 2011

Deu medo


Eu sinto de um tamanho que eu não tenho e então começo a adoecer, como sempre. Eu não sou louca, eu só não tenho pele pra proteger e quando você toca em mim eu sinto seus dedos e olhos e salivas deslizando por todos os meus órgãos. (TB)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Da difícil arte de redigir um prefácio.

Pre(difícil), para Nara Belmonte.

Nara, eu não sei como te dizer, sinceramente, aos prantos estou só de pensar no que vou ter que te falar. Mas como você me conhece muito bem, não posso mentir. Seria hipocrisia minha? O que seria? Falta a palavra apropriada para a emoção. Saramago saberia muito bem do que estou falando.
Andei pensando muito, nas últimas horas, como eu faria para escrever o prefácio de um livro seu. Acontece, que eu não consigo.
Andei lendo muito, nas últimas horas, tentando encontrar uma maneira de apresentar o caminho que você, com seu dom esplêndido, construiu para a representação da vida nos seus contos.
Acontece, que eu não acho.
Minha cara amiga, não de velhos, mas de intensos tempos, a emoção me invade. Como quando fui assistir à sua primeira apresentação teatral. Lembro bem, Joana e Medéia, não consegui conter minhas lágrimas durante todo o espetáculo. Como diria o outro, “a lágrima é o estado líquido da alma”, e assim eu estava ali, pura alma, que não cabia em si de tanto orgulho da amiga de batom vermelho e voz de gigante, sentia emoção e tudo o que só os imortais podem descrever. Assim também estou agora.
Orgulho, essa palavra não é tão boa de se pronunciar quanto adstringência, ou como aquelas que dizíamos enquanto subíamos pelo canteiro da Floriano Peixoto. Mas tenho essa palavra de você. E eu sou muito feliz por isso.
Te contei e recontei tantas coisas. Tantos segredos de liquidificador. Que agora não posso, não, Nara. Me deixa na tarefa de viver a personagem, de editar os inexistentes erros gramaticais que no teu livro contiverem, é mais fácil, é mais simples, porém sincero. A propósito, você já pronunciou isso em voz alta “Meu livro”? A cara da riqueza.
Andei vendo suas recomendações de leitura, de música. Que maravilhas você encontra por aí, hein? A moça que nasceu no lugar errado, no tempo errado, consegue adivinhar meus pensamentos no tempo certo, é aquela coisa, né, Aquela...
Ah, por tudo, desde o início, nossas primeiras interpretações de Caio Fernando Abreu, caminhando por Chico Buarque, Elisa Lucinda (a quem você me apresentou e sou muitíssimo grata por isso), Caetano, “balisa... anh, balisa...”, tantos momentos que fazem você se tornar cada vez mais uma pessoa dessas que eu nem sei como e porquê eu tive a sorte de me quererem em sua vida.
Por isso tudo eu deveria fazer, mas por isso tudo também eu não posso.
Um soneto de Paulo Mendes Campos, encontrado no Blog de Antônio Cícero, o qual você me recomendou:

Neste soneto, meu amor, eu digo,
Um pouco à moda de Tomás Gonzaga,
Que muita coisa bela o verso indaga
Mas poucos belos versos eu consigo.
Igual à fonte escassa no deserto,
Minha emoção é muita, a forma é pouca.
Se o verso errado sempre vem-me à boca,
Só no meu peito vive o verso certo.
Ouço uma voz soprar à frase dura
Umas palavras brandas, entretanto,
Não sei caber as falas de meu canto
Dentro de forma fácil e segura.
E louvo aqui aqueles grandes mestres
Das emoções do céu e das terrestres.

Espero que você não fique decepcionada comigo. Você não pode.

Aceitar. Esquecer.

Ela não entendia a intensa dor que marcava seu tempo livre, não suportava mais todo o peso que sentia por ter se desvencilhado de algo que tanto desejava.
De repente, outra vez, aquele surto. Aquela lágrima, a falta de ar. E a dor.
E as palavras vindo em direção à liberdade, à oportunidade de deixarem de ser só pensamentos. O discurso:
Primitivo.
Doloroso.
Amargo.
Inútil.
Útil.
Duas vezes. Foi o que a profetiza da alocução tinha estipulado. Apenas essas, e como se não tivesse ainda acontecido, ela o sentiu novamente. A falta de gosto, a falta de coragem.

No fim, esse fim, conjuga pra si mesma:
FIM, primeira pessoa do plural, presente do indicativo.

de tanto livre-arbítrio...

Trecho de "Buraco" Tati Bernardi.


Se você soubesse o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar. Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar.

Porque há o direito ao grito, então eu grito!

Porque é como eu aprendi desde muito cedo. Porque neste ato percebo expandir-se a minha verdade, que vem de dentro. E, de repentemente toma conta de todo o meu ser que nem sempre quer ouvir, mas ouve, mas cala, mas sente. Porque como diria o outro, "as pessoas falam coisas", porque todas as coisas que as pessoas falam nem sempre são suas verdades. Por isso eu grito! Pra mim, eu tenho que acreditar em mim. E por isso eu calo, desacelero, me aflijo, me corto, me despedaço. Mas no fim sorrio, amarelo, mas sorrio.

"ESSA SOU EU, VEJO!"